O milho continua a dominar o mercado mundial como alimento básico na nutrição animal. No entanto, por trás de seus grãos dourados, existe uma ameaça silenciosa: as micotoxinas. Elas podem se infiltrar no milho em qualquer estágio, desde o campo até a fábrica de ração, representando um sério risco à saúde, imunidade e produtividade dos animais.
Surpreendentemente, apesar de décadas de conscientização, a contaminação continua sendo generalizada. É por isso que o monitoramento em tempo real não é mais opcional, mas essencial. A tecnologia de infravermelho próximo (NIRS) pode ser uma ferramenta para a segurança dos alimentos, oferecendo detecção rápida de riscos de micotoxinas. Em um relatório anual, a Pegasus Science revela dados surpreendentes de seu monitoramento de milho na América Latina e nos EUA em 2024.
Os resultados mais importantes revelaram uma elevada prevalência de FUM, um aumento contínuo da
prevalência e contaminação por ZEA e DON em comparação com anos anteriores e uma prevalência de
Aflatoxina B1 (AFB1) considerada baixa a moderada.
As FUM foram as micotoxinas mais predominantes na América Latina. A concentração de FUM nas
amostras variou de 0 a 18.694 ppb. Sua média global em 2024 foi de 2.087 ppb. O Equador apresentou a
menor média de FUM (841 ppb), enquanto a Colômbia apresentou a maior média (3.275 ppb). Em geral,
é de se esperar uma alta frequência de contaminação por FUM em amostras de milho da América
Latina, uma vez que o clima desses países favorece o crescimento de fungos do gênero Fusarium, que
consequentemente produzem essa micotoxina.
Este estudo demonstrou uma maior frequência de ocorrência conjunta de toxinas fusarium. Em 2024, a associação mais significativa foi entre FUM + Zearalenona (ZEA), detectada em 28% dos espectros analisados. A segunda e terceira prevalências mais elevadas foram encontradas entre FUM + Deoxinivalenol (DON) e FUM + DON + ZEA, constituindo 23% e 14% das previsões, respectivamente. A ocorrência conjunta de micotoxinas pode ter efeitos aditivos ou sinérgicos, dependendo das toxinas e dos efeitos em cada espécie animal.
As conclusões? A presença de micotoxinas em geral e de toxinas Fusarium em particular é mais
persistente do que o esperado, ressaltando a necessidade urgente de um controle proativo.